Quantas
vezes ao olhar ao meu redor, ao observar quem passa por mim, nas suas vidas
atarefadas, alheias muitas vezes às pessoas que as rodeiam, ao sofrimento
alheio e às alegrias de quem por elas passam rapidamente, percebo que caminham na
infinita procura de alguma coisa, que muitas vezes não encontram, numa
felicidade raramente presente ou a quererem que as suas vidas sejam diferentes
do que são na realidade.
Desconfio,
que muitas vezes, nem notam que vivem todos os dias à beira dum abismo que as
cerca, à espera que deem um passo em falso ao encontro de campos minados, que
as estilhacem por dentro em pedaços, que são invisíveis aos olhos do comum
mortal e que todos têm o tempo contado nesta existência, que teimam em pensar
que é sua.
Quando
isso acontece, morrem um pouco por dentro, as forças diminuem, o desespero
cola-se à pele, como se não soubessem o que fazer a tamanha aflição, que surge
dentro de si, rasgando-as por dentro com uma força que nunca imaginaram ser
possível.
Poderei
dar a ideia de ver tudo com um pessimismo exagerado, que já não existe maneira
de mudar alguma coisa para melhor, contudo não é essa a minha realidade, sou
optimista por natureza, porém aprendi com as circunstâncias da vida a ser mais realista,
a observar tudo de outra maneira e encarar de frente as dificuldades que vão
surgindo na minha vida.
Pois também
já vivi nessa maré que me arrastava, sem ter noção, para um abismo que não
controlava, que trouxe outra visão há minha vida, seguida por uma mudança
gigantesca, que inevitavelmente aconteceu e que todos os dias me força a encontrar
novas energias para ultrapassar essas provas impostas na minha vida.
Actualmente,
percebo que só nós próprios é que conseguimos mudar alguma coisa na nossa vida,
que só nós próprios podemos nos salvar de maneira que possamos nos sentir
gratificados, sem sermos sugados por um mundo cada vez mais distante da
realidade verdadeira, não daquela que idealizamos!
Anabela Jerónimo Resende