segunda-feira, 17 de junho de 2019

A outra metade de um século


Chegar à outra metade de um século, àquela idade que apelido frequentemente da infância da velhice, àquela idade em que não quero saber do que pensam de mim, do que dizem de bem ou de mal, àquela idade em que a vida tem outra cor e outro sabor.

No entanto, não trouxe novos sentimentos, novas emoções, nem sequer me sinto de maneira diferente, pelo contrário, sinto-me eu mesma, igual ao que era e cheguei aos 51 anos com a mesma garra de viver, com a mesma força para superar obstáculos, com uma capacidade de celebrar todas as batalhas que travei e que venci, sem nunca desistir de querer viver o melhor possível.

Houve um tempo em que pensei que quando chegasse a completar meio século, iria ser mais livre que nunca, que iria aproveitar muito mais a vida, que iria estar mais disponível para viver o que até a essa data, ainda não tinha conseguido a oportunidade de ter experimentado.

Contudo, acabei por constatar que não iria ser como idealizei, que iria ser muito mais complexo do que poderia prever, que a vida iria ensinar-me uma dura lição e oferecer-me desafios sem fim à vista.

Mas, continuo a acreditar sempre que consigo escrever uma história de vida cheia de sucessos, durante tantos anos quantos forem possíveis e acredito que enquanto eu viver, viverei sempre agradecendo a oportunidade que me é oferecida de ir celebrando novos aniversários.

Anabela Jerónimo Resende

terça-feira, 4 de junho de 2019

Exposição "Cérebro - mais vasto que o céu"


O dia 1 de Junho foi o dia escolhido por mim, para ir até à Fundação Caloute Gulbenkian ver a Exposição "Cérebro - mais vasto que o céu".

Tinha curiosidade e muito interesse em ver a Exposição, e aproveitar para adquirir algum conhecimento extra sobre o funcionamento do cérebro, se fosse possível.

O atendimento que me prestaram, como pessoa com mobilidade reduzida, foi sempre muito atencioso e amável, na bilheteira quando fui comprar o bilhete e fiz referência ao meu estado, disseram logo que tinha um bilhete grátis e nem precisei mostrar o Atestado Multiusos, até me queriam dar uma cadeira para me sentar, a qual amavelmente recusei.

Apesar de a Exposição não superar as expectativas que sentia, é uma exposição interessante e valeu bem a pena assistir, ainda mais que tive a sorte de ouvir uma guia falar com tanta motivação e entusiasmo, que captava a atenção para pormenores, que facilmente passavam despercebidos.

A parte que julguei ser mais interessante para mim e que captou toda a minha atenção, foi quando ouvi falar sobre o Tálamo, como recebe os estímulos e como os processa, que eu não sabia e assim pude perceber um pouco melhor a região onde sofri a lesão que originou o AVC.

Tive a oportunidade de ver as minhas ondas cerebrais num monitor, que se reflectiam por uma faixa colocada na minha cabeça e ainda de ver como monitores interactivos mostram o movimento do cérebro.

Fiquei agradavelmente satisfeita com a minha ida à Exposição, tive que andar muito, a sala era enorme, mas isso é o que de menos importa, pois valeu a pena as horas lá passadas.


Anabela Jerónimo Resende