Chegar à outra metade de um século, àquela
idade que apelido frequentemente da infância da velhice, àquela idade em que não
quero saber do que pensam de mim, do que dizem de bem ou de mal, àquela idade
em que a vida tem outra cor e outro sabor.
No entanto, não trouxe novos sentimentos,
novas emoções, nem sequer me sinto de maneira diferente, pelo contrário,
sinto-me eu mesma, igual ao que era e cheguei aos 51 anos com a mesma garra de
viver, com a mesma força para superar obstáculos, com uma capacidade de
celebrar todas as batalhas que travei e que venci, sem nunca desistir de querer
viver o melhor possível.
Houve um tempo em que pensei que
quando chegasse a completar meio século, iria ser mais livre que nunca, que
iria aproveitar muito mais a vida, que iria estar mais disponível para viver o
que até a essa data, ainda não tinha conseguido a oportunidade de ter
experimentado.
Contudo, acabei por constatar que não iria ser como idealizei,
que iria ser muito mais complexo do que poderia prever, que a vida iria
ensinar-me uma dura lição e oferecer-me desafios sem fim à vista.
Mas, continuo a acreditar sempre que consigo
escrever uma história de vida cheia de sucessos, durante tantos anos quantos
forem possíveis e acredito que enquanto eu viver, viverei sempre agradecendo a
oportunidade que me é oferecida de ir celebrando novos aniversários.