quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Olhar a vida pelo lado positivo!

Olhar para a vida sempre pelo lado positivo, é uma constante na minha vida, desde sempre que sou assim, penso que nasceu comigo, este lado de querer ver tudo radioso, ao invés de olhar através da negritude que certas situações, podem trazer há minha vida.

O dia de hoje, nada tem de particularidade, é outro dia a juntar a tantos outros dias em que passei pelo mesmo, pelas manifestas alterações da sensibilidade, uma das diversas sequelas que fiquei após o AVC que sofri, mudando para sempre a minha vida.

No entanto devido a tudo o que tenho que passar, desenvolvi um auto controle do meu corpo, da minha mente, não deixar afectar-me muito, por aquilo que vou sentindo dia a dia, por mais difícil que seja.

Decidi que a minha prioridade era a minha recuperação, que nada iria interferir nas minhas sessões de fisioterapia, nem mesmo aquilo que não posso controlar, como o caso das alterações da sensibilidade, que tentam controlar a minha vida.

Não deixo ser condicionada por ter acordado num dia, em que nem sequer suporto ser tocada, que até o próprio vento a bater no meu corpo frágil, parece mil laminas a trespassar-me, em que sinto um formigueiro tão intenso em todo o lado direito, sem interrupção.

Respiro fundo e mentalizo-me que não vai apoderar-se da minha condição, nem ter mais importância do que merece, apesar do muito destaque que tenha agora na minha vida.

O desejo de manter sempre a determinação de vencer, faz toda a diferença, numa luta como esta que atravesso, além de estar rodeada de pessoas que me ajudam a continuar, nunca ter vontade de desistir e o meu lado sempre positivo é sempre uma mais-valia.

Anabela Jerónimo Resende

segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Dar um sentido novo à vida...

Se quero que alguma situação mude, se desejo conquistar alguma coisa, se quero dar um sentido diferente há minha vida, só eu poderei dar o primeiro passo imediato nesse sentido.

Esperar que alguém dê sentido há minha vida, descobrir uma maneira de a minha vida voltar a ter sentido em todas as etapas que vou vivendo, é impossível porque só eu mesma posso fazer.

O meu dia-a-dia é cheio de incertezas, nada é garantido, mas mesmo assim só eu poderei fazer mudanças significativas na minha vida, mudar o que não me agrada, conquistar pelo que luto diariamente, procurar o que me faz feliz.

Nem sempre a vida corresponde da maneira como estou à espera, mas nem por isso posso considerar inadequado ou que não seja a mudança que procuro, por chegar de tal maneira camuflada e não conseguir ver o que busco e o que é melhor para mim naquele momento ou por ter idealizado de outro modo.

Por isso procuro ter uma mente aberta, para acolher novas vivências diferenciadas, para estabelecer novas metas, para trilhar novos caminhos, para conhecer novas pessoas, para seguir novos limites, para usufruir de novas experiencias, para descobrir novos horizontes tão distantes daqueles que tinha na minha vida.

Vou aprendendo a reinventar-me todas as horas, todos os dias, vou aceitando as mudanças na minha vida, nem sempre fáceis, no entanto vitais para prosseguir, sempre com muita determinação e vontade de continuar a lutar e seguindo um sentido para dar há minha vida!

Anabela Jerónimo Resende

quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Sou como sou!

Todos os dias vou sobrevivendo, muito à conta da minha enorme teimosia de querer manter-me viva, de sentir-me viva, mesmo quando tudo parece querer pôr-me à prova, vou resistindo através de uma autodeterminação que reside dentro de mim.

Sou consciente que por vezes é inevitável sucumbir por dentro para renascer de novo, para seguir outro rumo, não é uma situação fácil de enfrentar, de maneira nenhuma, no entanto faz-me descobrir a grande força de vontade de que sou portadora, de querer lutar, de desejar nunca desistir.

Aprendi a ultrapassar obstáculos após obstáculos, mostrar à vida que também sei ser forte, que também sei ser resistente, que apesar de tudo, encontro sempre motivos para sorrir.

Mesmo quando a vida mostra a grande força que tem e que não tem problemas em mudar as circunstâncias, apesar de tudo consigo levantar-me de novo e mostrar que ainda estou aqui e que ainda sou muito capaz de lutar.

Sei contudo que não tenho que sair sempre vencedora, muito menos todos os dias, tenho é que tentar sempre e todos os dias, lutar por o que pretendo, pelo que penso ser o melhor para mim, porém não sei baixar os braços e viver a vida a lamentar-me. 

Anabela Jerónimo Resende

segunda-feira, 14 de agosto de 2017

Ensinar as crianças através dos livros!


Qual a melhor maneira de ensinar às crianças a enfrentar o mundo real, a prepará-las para uma situação de emergência tão séria, como é o caso do Acidente Vascular Cerebral, como prepará-las para lidar com alguém da família com afasia e explicar sem destruir a magia que envolve o mundo infantil?

Através de um livro para crianças, que as fazem pensar e da sensibilidade da autora, que tem a capacidade de transpor para o papel o que escreve de maneira simples, sem destruir a magia que o mundo das crianças abrange.

Pois actualmente existe cada vez mais e as probabilidades são cada vez maiores de pessoas ainda novas sofrerem um AVC e  muitas ficam sem condições de comunicar da maneira como estavam acostumadas, muitas delas têm crianças ou poderão vir a ter posteriormente, serem avós ou familiares activos na vida das  crianças que precisam de saber como enfrentar esses dissabores, são situações muito tristes e dolorosas, mas são situações cada vez mais reais.


Para mim, no entanto faz muito sentido, sempre adorei ler e consigo vislumbrar a magia que os livros trazem ao mundo dos adultos, que bem fará então ao mundo das crianças, onde podem aprender assuntos sérios de maneira leve e descomplicada e ainda manter a magia que só aqueles tempos possuem.


Então ensinar as crianças através dos livros faz todo o sentido e ainda tem o conveniente de conseguirem explicar o que muitas vezes os adultos não  conseguem fazer.


Anabela Jerónimo Resende

terça-feira, 8 de agosto de 2017

Não gosto…


Não gosto de deixar as emoções à deriva dentro de mim, como se gozassem de vontade própria, não gosto de sentir-me puxada para uma espiral de tormentos quase sem fim, nem tão-pouco de sentir que não consigo ter um  controlo sobre mim mesma, como acontece muitas vezes.

Não gostei de ser transformada numa pessoa emocionalmente mais fragilizada, temporariamente ou para sempre, de ficar dependente por causa das sequelas que me foram afligidas, nem sequer gosto de sentir-me perdida em vários momentos do meu dia.

Não gosto de sentir-me tão frágil, de viver arrastada na lentidão dos minutos, das horas, dos dias, de uma espera que nunca acaba, de viver submersa no inevitável tempo que não tem fim.


No entanto queixar-me da vida, deste universo para onde fui arremessada, do choque que sofri, não vai remediar o que está feito, há que levantar-me, erguer a cabeça e os braços, adaptar as decisões necessárias, pois tenho a responsabilidade de segurar as rédeas da minha vida.


Apesar de viver algumas horas ou mesmo alguns dias, fechada em mim própria, muitas ocasiões sem querer, existe em mim constantemente, a vontade de viver intensamente esta vida, que me presenteou outra oportunidade de usufruir de tantos outros momentos, mesmo que seja num outro tempo diferente!


Anabela Jerónimo Resende

sexta-feira, 4 de agosto de 2017

Recomeçar sempre!


Houve uma época em que senti-me tão perdida, nesta minha nova existência, por tudo o que perdi, por tudo o que deixei para trás, foi como se arrancassem de dentro de mim, parte soltas que deambulavam e percorriam o meu corpo, que me feriam continuadamente.

Procurei incessantemente a minha paz anterior, algo que acalmasse o que sentia desesperadamente e  por não querer  atenuar, procurava obstinada uma calmaria que tardava em acontecer.

Ecoou na minha cabeça sentimentos prescritos e contraditórios durante um período infinito, foi complexo gerir todas as emoções que teimavam em assaltar-me sem piedade, por não encontrar forças em mim para combater o torpor, não conseguia mantê-las inacessíveis, brotavam impetuosas dentro de mim.

Quando comecei a questionar a minha existência, tudo o que envolvia o meu passado recente, iniciei também a serenar o meu coração desfeito, pelos demasiados desgostos a que esteve sujeito, a desapegar-me de muitos acontecimentos, que teimavam em não dar sossego à minha frágil condição.

Actualmente, procuro recomeçar a cada dia, sem interferências passadas e com o coração mais leve, livre de muitas mágoas e sempre a aguardar melhores tempos para a minha vida, continuo portanto a lutar dia à dia com tudo o que me impele para trás no meu percurso, nem sempre é fácil continuar a seguir em frente, mas faço de tudo para combater e não deixar  arrastar-me insistentemente para longe do quero para mim.


Anabela Jerónimo Resende