segunda-feira, 20 de maio de 2019

Programa "Faz Sentido"


Fui gravar a minha participação no Programa "Faz Sentido" da Sic Mulher, que seria transmitido no dia a seguir, a 17 de Maio, no Dia Mundial da Hipertensão, tinha sido convidada a dar o meu testemunho sobre o AVC Hemorrágico que sofri e o facto de ser Hipertensa, devido à Hipertensão ser um factor de risco de AVC.

Quando cheguei antes da hora aos Estúdios da Sic, pois chegar atrasada não é para mim, não me sentia nada nervosa, até aparentava uma tranquilidade pouco habitual, porque sou um poço de turbilhões, mesmo quando aparento alguma calma.

À medida que as horas iam passando, sentia um nervoso a crescer, e ao começar a gravar ainda pensei que não ia conseguir falar como queria e tinha pensado na minha cabeça, quando estão muitos olhos a ver, nem sempre é fácil para mim.

Contudo a apresentadora conseguiu envolver-me com o seu profissionalismo, com a sua simpatia, com a desenvoltura de quem está à vontade com o que faz e conseguiu que eu ficasse mais à vontade, que decorreu tudo mais facilmente.

No fim disseram-me que correu muito bem, que estive bem, é algo que alguém que está envolvido, não consegue perceber muito bem, mas segundo a minha analise critica e daquilo que retive, pensei logo que podia ter sido melhor, pois houve factos de que queria ter falado, mas que não saíram da minha boca.

Mas no geral, foi bom e foram todos de uma simpatia no Estúdio, nem havia vedetas a armarem-se em vedetas, nem nada.

Anabela Jerónimo Resende



domingo, 12 de maio de 2019

Como esquecer…


Quando se fala em esquecer algum acontecimento doloroso, pode até parecer uma tarefa fácil de falar e de conseguir realizar, mas geralmente só tem de simples quando falamos dos outros, porque quanto sentimos na própria pele, isso já é outra conversa, como acontece comigo.

Como posso conseguir esquecer o que aconteceu, se vive colado em mim, tudo o que passei, tudo o que chorei, todas as mudanças que tive de fazer, como esquecer aquele dia que mudou toda  a minha vida?

Esquecer aquele dia que mudou a minha vida, esquecer tudo o que passei, é uma tarefa impossível, pois todos os minutos me mostram que agora é tudo diferente, com as sequelas tão notórias, com as limitações constantemente presentes e com o meu corpo a não me deixar esquecer.

No entanto, não esquecer, não me impede de tentar de tudo o que está ao meu alcance para conseguir prosseguir com a minha vida, nem me impede de aprender com as dificuldades e tentar ultrapassar as minhas limitações, nem me impede de conseguir viver bem comigo mesma e de cabeça erguida e nem me impede de tentar persuadir continuadamente o meu corpo a melhorar e a adquirir outras competências para viver com mais qualidade de vida

Mas esquecer aquele dia, não consigo esquecer, não sei esquecer ou talvez não queira esquecer, para saber agradecer por ter sobrevivido, por ter possuído a sorte de ter escapado para ter uma outra oportunidade.

Pois sempre tive a convicção que se tiver esperança, tudo vai ser mais tolerável, que consigo suportar até o insuportável, e que assim consigo forças renovadas para continuar a lutar, mesmo não esquecendo.

Anabela Jerónimo Resende

quinta-feira, 9 de maio de 2019

"E Depois do AVC… a vida continua!"

O livro “E depois do AVC… a vida continua!” onde se pode ler 21 histórias de vida inspiradoras após AVC, que a Portugal AVC lançou, com edição da escritora Manuela Mota Ribeiro e com sobreviventes e cuidadores a serem os autores das histórias, a contarem as suas experiências no AVC de modo a trazerem esperança àqueles que dela tanto precisam.

A minha história está incluída nessas 21 histórias, no entanto não é contada por mim, mas sim pelo meu marido, que é também o meu cuidador, um ponto de vista do qual só ele poderia ter, pois muitos factos foram vivenciados por ele.

Existem muitas histórias de vida após AVC, verdadeiras histórias de inspiração, de como é possível superar de um trauma como é um AVC, nenhuma história é mais importante que a outra, nem nenhuma história é mais inspiradora que a outra, pois nunca duas histórias são iguais.

Evidentemente a vida passa de maneira diferente para cada um de nós, mesmo que estejamos ligados de alguma forma, porque os percursos de vidas são muito diferenciados, assim como as vivências muito particulares.

Todos têm valor nas suas singularidades, na sua maneira própria de combater as dificuldades que a vida oferece a cada um, mesmo que o dilema seja semelhante.

E cabe àqueles que são mais dotados de coragem, que não se vergam perante as amarguras da vida, que não desistem apesar das batalhas duras que tem pela frente, demonstrar àqueles que são mais frágeis perante a vida, àqueles que precisam uma palavra de apoio, de algum conforto e de ânimo para continuarem com as suas próprias vidas.

Pois sempre existe um caminho alternativo de possibilidades para quem ousa continuar em busca do seu caminho, da sua felicidade, de alguma paz na sua vida e no meio da esperança de melhores dias, muitas coisas boas acontecem no caminho.

Anabela Jerónimo Resende