quinta-feira, 28 de junho de 2018

A vida…

Vivo sempre na esperança de encontrar um caminho melhor para seguir, mas não vivemos todos nessa esperança?

A vida é para aqueles que não têm medo de correr riscos, que não ficam parados a vê-la correr.

Porque a vida é somente para aqueles que se atrevem a viver, sem medo de desesperar quando a vida não corra como queremos e ansiamos desesperadamente.

A vida nunca será como planeamos, alguma coisa a transforma para nos transformar.

Nessa altura a mudança chega, e choramos consideravelmente por a vida que perdemos, pela vida que se transformou.

A surpresa trás amargura, tristeza, leva um pouco de quem se perdeu.

Passado o sobressalto aprende-se a viver de novo, abre-se as cortinas para uma vida diferente, mas tão válida.

Basta deixar o sol sorrir de novo, deixar brilhar e acreditar que ainda estamos aqui, diferentes, mas com muita vontade e alegria de viver.

O que parecia impossível, começa aos poucos a parecer mais possível, começamos a ter mais esperança no futuro, que parecia longínquo.

Depositamos um pingo de confiança no futuro, e ao olhar para a frente, mesmo que as lágrimas teimam em cair, seguimos em frente e continuamos a acreditar, mas sabemos que o comando da vida nunca será nosso!


Anabela Jerónimo Resende

terça-feira, 12 de junho de 2018

50 anos – Uma vida


Como o tempo passa, ainda há pouco tempo era uma miúda cheia de sonhos, correndo rumo a um futuro que se abria diante de mim, sempre pronta a enfrentar tudo e todos, sem medos e muitos devaneios à mistura.

No entanto o tempo avançou, bem mais depressa do que senti e quando olho para trás e penso nos 50 anos que passaram, ainda não me sinto essa pessoa, com uma idade, mas não me assusta.

E apesar das limitações que agora tenho, que estão bem visíveis para quem quiser ver, sinto-me ainda tantas vezes aquela miúda que carrega a alma cheia de sonhos, que continua sempre pronta a correr, agora mais no sentido figurado da palavra, para um futuro certo e um pouco incerto. 

Que continua pronta para enfrentar tudo e todos, agora um pouco mais moderada, mas não assim tanto, todavia continua sem medos e ainda com muitos devaneios à mistura, só que actualmente com alguma sensatez, que a idade quer impor.

E assim mais um ano se passou, desta vez fazendo 50 anos, aquela idade que ninguém quer fazer e que eu adoro! 

Anabela Jerónimo Resende


sábado, 9 de junho de 2018

Viajar sozinha…


Viajar de Lisboa a Madrid, sozinha e na minha condição de mobilidade reduzida, tornou-se numa aventura agradável, mesmo estando dependente de assistência para algumas actividades banais, durante a minha viagem na ida e no regresso.

Desde o chek-in até à entrada no avião, fui sempre muito bem acompanhada, pela assistência existente no aeroporto, com funcionários bastante disponíveis e de uma extrema simpatia, tanto no aeroporto de Lisboa, como no aeroporto de Madrid, que tudo fizeram para que o trabalho de assistirem-me fosse o melhor possível.

No regresso, tirando alguns percalços que até tiveram a sua graça, foi tudo igualmente impecável e realmente o que mais me cansava, foram os tempos de espera, que tinha a sensação de serem intermináveis, como é normal nestas ocasiões.

São estes pequenos, grandes gestos para com as pessoas com mobilidade reduzida que fazem toda a diferença na hora de fazer uma viagem de avião, e com um telefonema para a companhia aérea, neste caso, preferi a TAP Portugal, resolvi toda a burocracia inerente.

Assim vale a pena e sabe sempre bem, quando sou tratada com toda a consideração e respeito, por todo o pessoal que tornou a minha curta viagem muito agradável, tanto os assistentes como a tripulação do avião.

Fiquei muito satisfeita comigo própria, por ter conseguido realizar esta proeza e por ter sido suficientemente capaz de embargar nesta aventura sozinha.

Anabela Jerónimo Resende