Quando descrevo o
que sinto, muitas vezes como estou no momento, com sentimentos profundos, sobre
sensações ilusórias, não o faço para terem compaixão de mim.
Faço, para que
outras pessoas, assim como eu, que tiveram a fatalidade de sofrerem um AVC na
mesma zona, saibam que não estão sozinhas nesta caminhada, que existe alguém a
passar pelo mesmo, que sabe perfeitamente o que estão a passar.
Ou porque existem pessoas que não
conseguem se exprimir, sentindo-se sós, precisando de alguém para dar a mão, ou
porque existe pessoas, que apesar do sentimento muitas vezes ser semelhante, sentem
mais dificuldade de reagir, de enfrentar toda uma serie de situações comuns, de
ter forças para lutar.
E eu desejo
mostrar que apesar de ter sempre um sorriso estampado, também tenho os meus
dias negros, que choro, que sofro por dentro tanto como elas, e que é humano
assim acontecer.
Todavia gosto
mais de mostrar que consigo sorrir, apesar da fatalidade que se abateu sobre
mim, que sou mais do que me aconteceu e que decidi ver a vida pelo lado
positivo, mesmo quando o meu corpo diz o contrário.
Desejo mostrar,
que podemos ter dias tristes, que podemos ter dias fechados dentro de nós, que
temos esse direito, mas que vale a pena viver, que vale a pena abraçar o mundo,
que vale a pena ajudar quem precisa, que vale a pena mostrar que existe
esperança em dias melhores.
Anabela Jerónimo Resende