terça-feira, 29 de janeiro de 2019

Ajudar

Quando descrevo o que sinto, muitas vezes como estou no momento, com sentimentos profundos, sobre sensações ilusórias, não o faço para terem compaixão de mim.

Faço, para que outras pessoas, assim como eu, que tiveram a fatalidade de sofrerem um AVC na mesma zona, saibam que não estão sozinhas nesta caminhada, que existe alguém a passar pelo mesmo, que sabe perfeitamente o que estão a passar.

Ou porque existem pessoas que não conseguem se exprimir, sentindo-se sós, precisando de alguém para dar a mão, ou porque existe pessoas, que apesar do sentimento muitas vezes ser semelhante, sentem mais dificuldade de reagir, de enfrentar toda uma serie de situações comuns, de ter forças para lutar.

E eu desejo mostrar que apesar de ter sempre um sorriso estampado, também tenho os meus dias negros, que choro, que sofro por dentro tanto como elas, e que é humano assim acontecer.

Todavia gosto mais de mostrar que consigo sorrir, apesar da fatalidade que se abateu sobre mim, que sou mais do que me aconteceu e que decidi ver a vida pelo lado positivo, mesmo quando o meu corpo diz o contrário.

Desejo mostrar, que podemos ter dias tristes, que podemos ter dias fechados dentro de nós, que temos esse direito, mas que vale a pena viver, que vale a pena abraçar o mundo, que vale a pena ajudar quem precisa, que vale a pena mostrar que existe esperança em dias melhores.

Anabela Jerónimo Resende

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