Por muito que não
queira ser apanhada por este tempo desconcertante para o meu corpo, cá estou eu
de novo a sofrer as intempéries de um novo inverno, de um tempo perturbador
para a minha nova realidade.
A descoordenação
do meu corpo, perante tamanho frio, chega a ser desmedida, como se momentaneamente
tivesse sido arremessada para outro mundo, ou talvez tenha sido lançada para
sempre nesse mundo desconhecido.
A sensação que tenho de ter
sido jogada num buraco sem fim, trazendo novas ilusões para este meu novo e
inquietante mundo, é uma constante na minha vida, tornando-a intensa, irregular,
desequilibrada.
Aprendi, com uma
dificuldade inerente, a sair daquela zona que me era tão familiar e de conforto,
e a entrar numa zona de turbilhão de sensações e sentimentos, que assaltam a
minha mente, trocando tudo o que julgava saber, pelo inesperado e desconhecido.
Actualmente, tudo em mim
é tão assoberbado, que chega até a ferir o meu fragilizado corpo, como se
andasse num redemoinho e não conseguisse controlá-lo, e pensando bem não
controlo mesmo, como se uma parte de mim, o meu corpo não conseguisse identificar.
Tudo é um enorme desafio
constante na minha vida hoje em dia, para tudo é preciso uma força enorme, uma
energia inabalável, para que com o sopro do vento não desmorone, mesmo naqueles
momentos tão banais.
E são nestes
momentos em que estou mais frágil, que não posso hesitar, é nestes momentos que
tenho que optar por agir, por seguir em frente, sem pensar muito nos conflitos internos que vão acontecendo no meu mundo de ilusão.
Anabela Jerónimo Resende
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