domingo, 31 de dezembro de 2017

Ano 2017 a findar...

O último dia do ano de 2017 carrega com ele a certeza que muitos acontecimentos superaram as minhas expectativas e outros ficaram muito aquém do que esperava ou do que era o meu desejo.

No entanto olhando para trás, para o ano que está prestes a terminar, por tudo o que aconteceu, posso dizer que foi um ano favorável, trabalhoso sem dúvida e apesar de por vezes não ocorrer como desejava, mesmo assim foi um ano razoável, que decorreu sem muitos percalços e alcançando algumas vitórias.

Nem sempre os desejos para o próximo ano que se avizinha a passos largos serão concretizados, porém devemos ter esperança, determinação e tentar ser felizes.

Desejo um Feliz Ano de 2018, que nos traga a esperança, a alegria e momentos de felicidade plena!

Anabela Jerónimo Resende

quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

Almoço de Natal

Fazer parte do grupo que todos os anos adere a este almoço de Natal, organizado pela Clínica Saudis é algo que já faz parte do meu Natal, dos meus últimos 5 Natais.

É um reencontrar de pessoas que não se vê todos os dias, onde existe um convívio saudável, divertido, onde a alegria é contagiante, onde se reúnem utentes, familiares e fisioterapeutas.

Se pensar nos motivos que me leva a ir a este almoço, não penso nos motivos negativos adjacentes à minha vida actual, penso antes na entrega dos fisioterapeutas, penso nos benefícios que me ajudam a ganhar, penso no calor humano que se sente emanar dentro de salão, onde decorre o almoço.

Os motivos não são os melhores que me levaram a participar, no entanto são motivos suficientes para estar feliz e continuar a ter vontade de participar repetidamente neste almoço de Natal!.

Anabela Jerónimo Resende

sábado, 9 de dezembro de 2017

Sempre motivada…

Mais um trabalho realizado todo por mim, corte, marcações e costura, neste trabalho levei menos tempo do que precisei para executar o primeiro e saiu como desejava, não só na confecção como na precisão, em certos aspectos ficou muito melhor, do que nas expectativas que tinha.

Continuo a ser capaz de superar-me, de conseguir evoluir, a ser bastante funcional na forma de fazer as coisas agora, o que me concede motivação para prosseguir e tentar fazer coisas novas e a querer sempre ir mais além.

Sigo adiante sempre confiante no futuro e no que ele poderá trazer-me para deixar os meus dias mais plenos de satisfação comigo mesma!  

Anabela Jerónimo Resende

sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

Habilitar competências!

Vivo uma nova etapa da minha vida, novas experiências, novas maneiras de continuar a avançar nesta luta diária que travo.

Estou a fazer uma formação em costura e artes decorativas, para avaliação das minhas competências e como integração.

Como já tinha um curso de costura que tirei há muitos anos, apesar de nunca trabalhar no ramo, aprendi muitas noções dos preceitos a realizar, além de ser algo que sempre gostei, fazia imensos trabalhos como hobby.

Desde que sofri o AVC e sem a ajuda da minha mão direita, fiz alguns trabalhos em casa, por querer fazer e porque pretendi pôr-me à prova do que realmente conseguia fazer, só com a minha mão esquerda e nunca me desiludi a mim mesma.

Comecei a formação há quase duas semanas e levei pouco mais de uma semana a terminar o primeiro trabalho, um trabalho que levaria no máximo dois dias a ser cumprido, mas fiquei muito satisfeita como ficou, um trabalho bem executado, todo executado por mim.

Só prova que quem deseja executar algo, pouco importa o tempo que demora, que demore o tempo que for necessário, pouco importa como o faz, desde que tente fazer, pouco importa a incapacidade que tenha, desde que exista vontade de a contornar.  

O que importa para mim, é que apesar das dificuldades inerentes às sequelas que possuo, sou bastante capaz de muitas coisas, que estão associadas às pessoas “normais” e que não tenho medo de tentar ir sempre mais além!

Anabela Jerónimo Resende

terça-feira, 28 de novembro de 2017

Aceitação do inevitável!

Não foi fácil a aceitação da incapacidade que adquiri, ver-me de um momento para o outro dependente de tudo e de todos, foi como se dilacerassem-me ao meio e roubassem todos os meus sonhos, apesar de nunca me sentir revoltada, sentia-me demasiadas vezes fechada em mim própria, perdida numa vida que não queria, numa incapacidade que não pedi.

A aceitação, chegou com o tempo, seguidamente à amargura sentida, à tristeza de ser posta de parte, ao desapontamento constante e das muitas lágrimas roladas pela minha face, depois de fazerem parte da minha vida, a aceitação do que não podia mudar instalou-se em mim.

Era inevitável não aceitar tudo o que me aconteceu, não aceitar a mudança que a minha vida esteve sujeita, até para me reabilitar, como um processo para conseguir seguir em frente ou encontrar pequenas coisas que poderiam dar sentido há minha nova vida.

Pois se não conseguisse seguir em frente, não conseguisse ultrapassar os grandes obstáculos psicológicos, maiores do que os físicos, nunca iria sentir-me bem comigo própria, nem nunca iria ser feliz, precisei "arrumar a casa" por dentro, antes de conseguir ser reabilitada, para logo a seguir, a recuperação do corpo ser mais fácil.

Foi um passo de cada vez, tive que aceitar o que não podia mudar, o que foi muito melhor para mim, assim consegui concentrar-me mais na recuperação do meu corpo, da minha marcha, do meu equilíbrio e na recuperação do meu membro superior e mais num ou noutro pormenor que fará a diferença do lado direito do meu corpo.

Porém, aceitar não quer dizer conformada e isso nunca, nunca ficarei, até ao meu último suspiro, vou lutar sempre pela minha recuperação possível e que esteja ao meu alcance!

Anabela Jerónimo Resende

terça-feira, 21 de novembro de 2017

Momentos partilhados!



Existem muitas formas de conceder ajuda mútua a quem necessita, pode ser somente por uma visita, por umas palavras de encorajamento ou por fazer sentir a quem necessita de que não está só.

E hoje fui capaz de vivenciar tudo isso, ao fazer uma visita à Unidade de AVC, do Hospital S. Bernardo, em Setúbal, que decorreu tranquilamente e com muito boa energia, 

São momentos assim, que me dão força e determinação para continuar este caminho!

#PortugalAVC #Yes,WeCan #JuntosparaSuperar

Anabela Jerónimo Resende

quinta-feira, 16 de novembro de 2017

O que realmente importa!

Não importa que agora algumas pessoas só consigam ver as sequelas que possuo e não consigam ver o que sou além disso.

Não importa que algumas pessoas olhem para mim e não consigam ver a pessoa que era, na pessoa que eu sou hoje.

Não importa que algumas pessoas passem por mim e fingem que não me veem, no entanto percebo que estão a ver-me muito bem.

Não importa que algumas pessoas pensem que agora não tenho capacidades algumas ou não queiram saber se possuo verdadeiramente certas capacidades.

Agora o que me importa, é que eu não sou só as sequelas que adquiri.

Importa, é que consiga captar quem eu era, mesmo sendo agora em parte, outra pessoa.

Importa, é que continuo a sair e a mostrar-me ao mundo, mesmo que fingem não me ver.

Importa, é que sem ter algumas capacidades de antes, continuo a ter muitas outras capacidades agora.

Importa sim, que apesar de viver uns tempos delicados, confrontada diariamente com a incapacidade, com a inquietação dos dias de mudança, que vivo para mostrar a mim mesma, que fui suficientemente forte para ultrapassar obstáculos, que muitas vezes pareceram intransponíveis.

Afinal, o que importa é que sou feita de fragilidades, de receios e de dúvidas, mas também sou feita de força, de garra e de determinação!

Anabela Jerónimo Resende

quinta-feira, 9 de novembro de 2017

Há sempre incertezas…

A minha caminhada, após o AVC que sofri, tem sido árdua, tem sido feita num caminho muito espinhoso, muito agreste, porém tenho beneficiado de uma consciência corporal muito superior à que usufruía.

Mesmo assim, por vezes coloco a mim mesma, questões que outrora não tinham lugar na minha vida, nem imaginava existirem, e que agora têm um papel de destaque, tais como:

·         Irá algum dia, abandonar-me estas alterações da sensibilidade, que agora sinto demasiado no meu lado direito com hemiparesia?
·         Será que conseguirei andar sozinha, sem desequilíbrios, sem receio das ruas esburacadas e desniveladas?
·         Terei a capacidade que é preciso, para voltar a ser completamente independente?

São algumas das perguntas que faço frequentemente a mim mesma, procurando respostas para que consiga acalmar o meu peito, demasiado inquieto em determinadas ocasiões, sendo talvez as principais incertezas que pairam na minha mente.

Claro que não vivo monopolizada por essas incertezas, nem deixo que intervirem na minha recuperação, na minha fisioterapia diária, contudo confesso que pairam, algumas vezes, dúvidas existenciais dentro de mim, mas quem não as tem?

Anabela Jerónimo Resende

quarta-feira, 1 de novembro de 2017

Quando escrever passa a ser ilusão…

Em certas ocasiões o meu peito inunda-se de saudades, umas saudades que talvez nunca seja capaz de suprir, tenho saudades de algo tão banal e que nunca pensei perder, o escrever com a minha própria mão, como tantas vezes fiz, perto de tudo o que perdi, sei que escrever nem é nada, mas sinto uma falta tão grande.
 
Eu que sempre fui uma pessoa que adorava escrever, não tinha diário, porém usava uma agenda que servia para marcar os meus compromissos ou escrever algo importante. 

Há vários anos que comprava uma agenda, tive muitos modelos, de vários tamanhos, de variadas cores, havia aquelas que adorava mais que outras, com as quais me identificava, tinha um cuidado ao escolhê-las e outro cuidado ao manuseá-las, que aparentavam serem algo de grande valor e para mim eram.

Guardo todas como se fossem um tesouro, numa caixa com todo o cuidado, sinto-as como se fizessem parte de mim, quando seguro nelas, hoje em dia, trazem-me memórias, de momentos bons, outros nem tanto, pois anotava tudo o que se passava de importante na minha vida durante aqueles anos.

Sinto saudades de escrever no papel e com caneta, saudades da minha letra, que não era perfeita, contudo era bem legível, saudades de escrever o meu nome, que agora não passa de uns rabiscos desajeitados e meio ilegíveis.

Não sabia que era possível ter saudades de escrever, de maneira a dar um safanão no meu peito e deixar cair algumas lágrimas, no entanto não é motivo para não prosseguir com a minha vida em frente, mas que custa, lá isso custa!

Anabela Jerónimo Resende

segunda-feira, 30 de outubro de 2017

29 de Outubro - Dia Mundial do AVC

No dia 29 de Outubro, assinalou-se o Dia Mundial do AVC, por todo o mundo e na cidade de Setúbal, não foi excepção, onde houve um evento na Biblioteca Municipal, com o apoio do Gabinete de Saúde, da Câmara Municipal de Setúbal e da Portugal AVC, que vai ganhando um destaque cada vez maior.

Cada localidade destaca o dia como pensa ser melhor ou de maior relevância, em Setúbal juntou-se um grupo de pessoas, de várias valências, incluindo eu própria, que decidiu assinalar o dia de forma a comemorar a vida, comemorar que após um AVC existe vida.

Ficou definido, que para este dia iríamos fazer uma apresentação do livro “Os Teus Olhos” onde a autora Fátima Silva, escreve sobre o AVC que sofreu, que uma amiga comum, a Isabel Furtado iria dar o seu testemunho de sobrevivente de um AVC e que a minha intervenção seria falar sobre a Portugal AVC, como surgiu e quais os seus principais objectivos.

Depois de muito trabalho, chegou o dia e apesar de não ter a assistência desejada, foi um evento com a qualidade e versatilidade, que os eventos que a Portugal AVC apoia vão adquirindo, no geral foi um evento muito gratificante para quem assistiu e para quem participou.

Além das palestras principais, tivemos dois convidados, uma poetisa, convidada da Fátima, que leu dois poemas da sua autoria, e um poeta setubalense, José Raposo, a quem convidei para fazer um poema sobre AVC, e não sendo sobrevivente de AVC, conseguiu captar o sentimento que lhe foi pedido e escrever um poema tão sentido e que neste dia veio pessoalmente declama-lo e que muito gentilmente ofereceu à Portugal AVC, a quem endereço a minha gratidão.

Foi uma tarde repleta de partilhas, que me preencheu de alegria, com pessoas muito especiais numa amizade crescente, que ocupam cada vez mais um cantinho do meu peito e a quem agradeço por partilharem este dia de muito significado para mim e para todas as sobreviventes que estiveram ao meu lado e que só enriqueceu quem esteve presente a beneficiar daquela partilha!

Anabela Jerónimo Resende

terça-feira, 24 de outubro de 2017

Outro Encontro memorável!

Depois do Encontro Portugal AVC de Faro, no início do mês de Outubro, chegou a vez de ainda este mês, marcar presença no Centro de Medicina de Reabilitação da Região Centro Rovisco Pais.

Em cada novo Encontro da Portugal AVC, existem sempre novas oportunidades de vivenciar novas experiências, originando Encontros muitos especiais, em particular para os Sobreviventes de AVC e mesmo para todas as pessoas presentes.

Foi uma tarde com palestras muito elucidativas, com oradores de excelência, que deleitaram com as suas palavras motivadoras, em que as emoções estiveram ao rubro, por diversos motivos.
 
Foi também um reencontrar de Sobreviventes de AVC especiais, de conhecer outros, não menos especiais, no entanto, tudo pessoas corajosas, dignas de admiração, que lutam para viver, apesar de todas as adversidades que enfrentam, o que as torna únicas.

No geral foi muito enriquecedor, com momentos inesquecíveis de uma grandeza incomparável, de um convívio sempre muito entusiasmado entre todos os participantes e de uma alegria contagiante muito patente.

E fico sempre mais fortalecida internamente depois de momentos memoráveis como os que se vive nos Encontros da Portugal AVC!

Anabela Jerónimo Resende

sábado, 14 de outubro de 2017

Um livro, uma história de vida…

É com imenso prazer, que assisto à apresentação deste livro, depois de ter estado presente no seu lançamento, é um livro que representa para mim uma história de vida onde não falta a coragem, a determinação, a esperança.

O livro “Os teus Olhos” da minha querida amiga Fátima Silva, conta o seu percurso após AVC, o que me deixa muito sensibilizada e comovida.

É um livro que não serve só para contar a sua história, serve também para partilhar informação sobre os direitos que assiste a nós, que sofremos um AVC, no entanto direitos é uma questão que está sempre em mutação, mas está no livro os direitos que agora são essenciais.

Outra das finalidades do livro é ajudar algumas associações, assim como a Associação Portuguesa dos Fisioterapeutas, a Associação Portuguesa dos Terapeutas Ocupacionais e a Portugal AVC, para que possam continuar a ajudar mais pessoas e cada vez melhor.

Fui convidada pela Fátima, mulher cheia de vida e pouco conformada pelas rasteiras da vida e sempre pronta a lutar, a participar no seu livro, a escrever o meu testemunho, como tenho encarado a minha recuperação, assim como revejo o percurso que tive que transitar para me sentir como me sinto hoje em dia.

Aceitei com prazer o convite, foi com muito gosto que me uni a outros sobreviventes que também deram o seu testemunho para o livro, com caminhos tão similares, que revejo algumas particularidades de meu próprio percurso.

Anabela Jerónimo Resende


terça-feira, 10 de outubro de 2017

Encontro Portugal AVC

A vida acontece quando não me acomodo às limitações a que estou sujeita, não possuo outra forma de qualificar estes dias que passei, tudo o que vivi à volta do dia em que o Encontro Portugal AVC se realizava, foi simplesmente notável, proveniente do que é possível acontecer, quando existem pessoas admiráveis e muita determinação de fazer acontecer.

Foi um Encontro de extrema importância para os Sobreviventes de AVC, que gozaram da oportunidade de estar presentes e para quem teve a ocasião de desfrutar dos momentos de partilha de informação bastante valiosa para todos, fazendo deste dia, um dia muito especial.

O contacto entre os Sobreviventes tem uma energia tão forte, uma conexão sem explicação, revi Sobreviventes que já conhecia e foi muito gratificante renovar uma estima já existente, conheci novos Sobreviventes, que enriqueceram ainda mais a minha vida, são pessoas fortes perante as adversidades da vida e que mesmo assim encontram motivos para sorrirem.

Houve momentos de muita emoção, que sinto até hoje enraizada em mim, fortalecendo-me interiormente, foram instantes muito fortes que reforçaram a minha energia, foram mesmo muito compensadores.

Terminou por ser uns dias e um Encontro à Portugal AVC!

Anabela Jerónimo Resende

domingo, 1 de outubro de 2017

Quando a mente comanda…

Não tenho pretensões de permanecer como antes, tenho pretensões de permanecer melhor do que antes!

Não quero dizer com isso que tenho muitas expectativas de voltar a ser como antigamente, aliás até não tenho grandes expectativas em relação há minha condição física, tenho sim é uma grande vontade em adquirir novas capacidades e competências, para colmatar aquelas que foram perdidas.

Sinto necessidade de continuar a evoluir, não só fisicamente como também a nível intelectual, compreender muitas das situações que fogem ao meu controlo, para assim continuar a progredir.

Por vezes, a compreensão de uma situação complicada, ajuda-me a seguir em frente, a desenvolver novas maneiras de ultrapassar o que seria inultrapassável.

Tudo depende da maneira como vejo o meu estado, se pensar positivamente, alguma ocorrência irá acontecer, que vai mudar algum facto significativamente, por mais diminuto que seja.

Se pensar negativamente não sairei do lugar, fico estática na mesma posição e dificilmente conseguirei procurar outras soluções que seriam de um grande valor.

Não é uma situação compreensível todas as horas, mas é possível que todas as horas, tenham algum acontecimento mais simples de delinear.

Contudo, nalgum momento da minha extensa recuperação, tenho superado várias situações, por não viver estática com medo do que possa suceder, devido há minha grande vontade e ao facto de ser muito destemida!

Anabela Jerónimo Resende

quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Compartilhar experiências!


Tive a oportunidade de dar o meu testemunho e divulgar o meu Blog, por indicação da Portugal AVC e a convite da World Stroke Organization, para o Blog internacional,
worldstrokeorganization.blogspot.com.

Decidi aceitar o convite que me foi feito, por pensar que seria uma mais-valia para contar um pouco da minha história de luta contra o AVC e ao mesmo tempo tentar ajudar outras pessoas que poderão ter mais dificuldades em encontrar motivos para continuar a sorrir perante algo tão devastador como o AVC que entrou nas nossas vidas, sem pedir licença e para continuar a lutar por uma qualidade de vida cada vez melhor, e pensar que tudo é possível.

Ao mesmo tempo pude falar na importância da prevenção do AVC, tão importante, contudo tão negligenciada pela maioria da população, que não pensam muito nos perigos que correm e que é um assunto bastante sério, nem imaginando o quanto a vida pode mudar e que enfrentar todas as sequelas incapacitantes é muito duro e que na grande maioria das vezes é para toda a vida.

E como não podia deixar esquecida, porque é algo que já faz parte de mim, falei da Portugal AVC, porque é muito importante para mim e para todos os Sobreviventes de AVC, porque é possível encontrar apoio e conforto confraternizando com outros Sobreviventes nos Grupos de Ajuda Mútua e continuar a prosseguir o caminho da recuperação com mais alento e de coração cheio.

Anabela Jerónimo Resende

sábado, 23 de setembro de 2017

Portugal AVC

Faz hoje um ano, a 23 de Setembro de 2016, que nasceu a Portugal AVC, para colmatar uma falta que se fazia sentir, para dar voz a todos os Sobreviventes de AVC, envolvendo os próprios sobreviventes, os familiares, os profissionais de saúde e todas as pessoas que se interessam pela temática.

Passou um ano, um  ano de muito empenho, de muita dedicação, um ano de muito trabalho, feito com a máxima voluntariedade possível, de quem um dia decidiu abraçar este grandioso projecto, a "nossa" Portugal AVC.

Foi com muito orgulho que vi nascer e agora vejo crescer cada vez mais, foi muito gratificante vivenciar momentos de grande significado para cada um de nós, neste ano de existência da Portugal AVC.

Continuo a desejar viver a contar muitos anos de experiências, que possa continuar a assistir ao seu crescimento, sempre a trabalhar em prol dos sobreviventes e a minimizar as dificuldades que vão encontrar no caminho.

Foi um ano muito envolvente, de muitas partilhas, com pessoas magnificas, com histórias de superação e de verdadeiros vencedores.

Muitos parabéns #PortugalAVC!

https://www.portugalavc.pt/

Anabela Jerónimo Resende

terça-feira, 19 de setembro de 2017

Entrevista…


Que dia memorável!

Tive o prazer de participar de uma entrevista para o canal de televisão brasileiro, TV Record, para o programa “Fala Portugal”, sobre a capacidade de resposta do 112 e do Inem na prestação de socorro em caso de um Acidente Vascular Cerebral em Portugal, com uma equipa super simpática de dois elementos, com transmissão marcada para o dia 28 de Setembro, pelas 19:30h.

Foi uma entrevista muito boa, onde falei da minha experiência pessoal, de como foi o socorro pedido ao 112, dos Bombeiros e do Inem e na grande diferença que foi para o meu estado, permitindo estar hoje em dia, entre vós a contar a minha história e não a fazer companhia aos anjinhos.

Ainda falei um pouco sobre a minha jornada nestes quase 5 anos, na minha recuperação, como tenho conseguido seguir em frente e na minha grande determinação de vencer.

O meu caso pode-se dizer, que é um caso de sucesso, tanto, para quem me socorreu, como para mim, estou viva, de boa saúde, e com boas perspectivas de recuperação.

Porém, sei bem que nem todos os casos são assim, tomando contornos muito complicados, tanto a nível de socorro, como de recuperação.

No entanto não quero perder a oportunidade de enaltecer o trabalho dos Bombeiros e do Inem de Peniche que foram de uma rapidez notável em meu socorro, sendo socorrida em poucos minutos, após o meu marido ter telefonado para o 112, além de terem sido extremamente prestáveis, dando-me assim a oportunidade de sobreviver, a quem estarei sempre muito grata! 

Anabela Jerónimo Resende

sexta-feira, 15 de setembro de 2017

Os Sonhos comandam a vida…

Vivo cheia de sonhos, alguns sonhos são de concretização mais imediata, outros sonhos são ainda bastante longínquos, mas são os sonhos que trazem a vontade de querer seguir em frente, de acreditar que é possível até o impossível.

A motivação vive dentro de mim para prosseguir em busca dos meus sonhos perdidos, dos sonhos desfeitos pela ironia do destino, a aceitação que os sonhos agora têm que ser um pouco diferentes também está consciente dentro de mim.

Não perdi a capacidade de sonhar, de saber para onde quero ir, para onde quero encaminhar a minha vida, por vezes o caminho é longo, amargo, cheio de imprevistos, mas chegar aonde pretendo, vale o esforço e a coragem, que o meu corpo e a minha mente têm que fazer.

A vida não é isenta de dificuldades, nem de inconvenientes, nem tudo é como gostaria, no entanto penso ter dentro de mim a capacidade de perseguir os meus sonhos, que penso ser perfeitamente capaz para concretizá-los e a essa certeza ninguém vai erradicar de mim!

Anabela Jerónimo Resende

segunda-feira, 11 de setembro de 2017

Sempre à procura de mais saber!

Passei o fim da tarde num lançamento de um livro, “AVC – Recuperação do Guerreiro da Liberdade” do escritor José Saúde, sobrevivente de AVC, um livro que fala essencialmente sobre o seu percurso após AVC.

Quando chegou a vez de o autor falar durante o lançamento, enquanto fazia a sua dissertação acerca do seu trabalho, as suas palavras cheias de energia fez-me sentir algo inexplicável de pôr em palavras e visualizei muitas memórias do meu percurso, algumas perdidas no tempo.

Ao ouvir palavras de uma coragem autêntica, de um verdadeiro vencedor, ao ouvir palavras de quem ultrapassou algumas coisas, que eu própria estou a passar neste momento, dentro de mim senti uma força grandiosa de que tudo é possível, que devo continuar sempre a acreditar .  

Um livro inspirador, tive já oportunidade de dar uma vista de olhos, de ler algumas frases, de leitura simples e acessível, que só poderia ter sido escrito por alguém com grande força interior e com um percurso de uma tremenda luta, com batalhas difíceis, mas mesmo assim possíveis de vencer.

Os livros são uma das minhas paixões, e desde algum tempo, que livros sobre a temática sobre AVC fazem parte integrante e de extrema importância para a minha vida, que procuro para mais e maior conhecimento!

Anabela Jerónimo Resende

sábado, 9 de setembro de 2017

Gratidão para a vida!

Dia 8 de Setembro, Dia Mundial da Fisioterapia.

Nunca é demais agradecer aos excelentes fisioterapeutas que conheci, que acompanharam nalgum momento as minhas conturbadas batalhas, que estiveram ao meu lado num momento muito difícil para mim, a auxiliar-me nesta luta que travo diariamente contra as sequelas de um AVC.

Os fisioterapeutas, têm sido desde o início muito importantes para mim, essenciais para a minha reabilitação, uma grande mais-valia para o meu bem-estar.

Ser determinada, ter uma grande força de vontade de vencer, não seria nunca o suficiente, sem a ajuda e a orientação de tão bons profissionais, só assim vou conseguindo uma recuperação tão rápida como a que tenho obtido.

Ainda estou muito aquém de como gostaria de estar hoje em dia, mas é sempre com os fisioterapeutas que eu posso contar para continuarem a orientar esta caminhada longa que ainda tenho pela minha frente.


E nunca é demais louvar o grande trabalho que todos os fisioterapeutas fazem em prol dos outros, ajudando muitos dos que precisam dos seus cuidados.


E eu agradeço a todos aqueles que têm cruzado o meu caminho, e que têm tornado o impossível, cada vez mais possível na minha vida, não deixando morrer a minha esperança!


Anabela Jerónimo Resende

quinta-feira, 7 de setembro de 2017

Fracassar ou continuar!

“O fracasso não é uma questão de queda, o fracasso é uma questão de não se levantar.”

Uma frase que li há algum tempo, gostei e identifiquei-me, que clarifica muitas das dificuldades que vou enfrentando no meu dia-a-dia.

Porque o fracasso não é as quedas que dou, ao tentar seguir o caminho turbulento que se apresenta ao meu redor, nem os obstáculos que encontro no meu trajecto e que não consigo transpor logo à primeira, muito menos é quando olho para longe e penso como vou chegar lá tão distante, que me parece tão longe como o infinito.

Fracasso é quando não penso em tentar outra vez, com medo de cair, é quando desisto logo de imediato porque é difícil, é quanto não me levanto após uma queda, por pensar que não vou conseguir, é pensar que não tenho forças para continuar e desistir.

Porém, eu não sou de desistir facilmente, por muito doloroso que seja, aliás não sou de desistir de todo e se cheguei onde estou hoje, foi porque sempre acreditei em mim, que tudo é possível, porque não é o fracasso que me define...

Mesmo quando me disseram que não havia solução para mim, que nunca iria andar e sair da bendita cadeira de rodas, que só tinha 6 meses para recuperar o máximo que podia ou iria ficar para sempre assim, mesmo quando tentaram retirar-me todas as esperanças que tinha…

Como estavam enganados os senhores da bata branca!

Eu nunca desisti e continuei a insistir, tenho encontrado um caminho cheio de espinhos, em que era tão mais fácil desistir, mas fracasso é uma palavra que nunca existiu no meu vocabulário, enfrento tudo e todos, sem medos, mesmo com o meu frágil corpo e com uma marcha ainda hesitante mas no entanto com imensa força e garra de vencer, isso sim define a pessoa que sou!

Anabela Jerónimo Resende

quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Olhar a vida pelo lado positivo!

Olhar para a vida sempre pelo lado positivo, é uma constante na minha vida, desde sempre que sou assim, penso que nasceu comigo, este lado de querer ver tudo radioso, ao invés de olhar através da negritude que certas situações, podem trazer há minha vida.

O dia de hoje, nada tem de particularidade, é outro dia a juntar a tantos outros dias em que passei pelo mesmo, pelas manifestas alterações da sensibilidade, uma das diversas sequelas que fiquei após o AVC que sofri, mudando para sempre a minha vida.

No entanto devido a tudo o que tenho que passar, desenvolvi um auto controle do meu corpo, da minha mente, não deixar afectar-me muito, por aquilo que vou sentindo dia a dia, por mais difícil que seja.

Decidi que a minha prioridade era a minha recuperação, que nada iria interferir nas minhas sessões de fisioterapia, nem mesmo aquilo que não posso controlar, como o caso das alterações da sensibilidade, que tentam controlar a minha vida.

Não deixo ser condicionada por ter acordado num dia, em que nem sequer suporto ser tocada, que até o próprio vento a bater no meu corpo frágil, parece mil laminas a trespassar-me, em que sinto um formigueiro tão intenso em todo o lado direito, sem interrupção.

Respiro fundo e mentalizo-me que não vai apoderar-se da minha condição, nem ter mais importância do que merece, apesar do muito destaque que tenha agora na minha vida.

O desejo de manter sempre a determinação de vencer, faz toda a diferença, numa luta como esta que atravesso, além de estar rodeada de pessoas que me ajudam a continuar, nunca ter vontade de desistir e o meu lado sempre positivo é sempre uma mais-valia.

Anabela Jerónimo Resende

segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Dar um sentido novo à vida...

Se quero que alguma situação mude, se desejo conquistar alguma coisa, se quero dar um sentido diferente há minha vida, só eu poderei dar o primeiro passo imediato nesse sentido.

Esperar que alguém dê sentido há minha vida, descobrir uma maneira de a minha vida voltar a ter sentido em todas as etapas que vou vivendo, é impossível porque só eu mesma posso fazer.

O meu dia-a-dia é cheio de incertezas, nada é garantido, mas mesmo assim só eu poderei fazer mudanças significativas na minha vida, mudar o que não me agrada, conquistar pelo que luto diariamente, procurar o que me faz feliz.

Nem sempre a vida corresponde da maneira como estou à espera, mas nem por isso posso considerar inadequado ou que não seja a mudança que procuro, por chegar de tal maneira camuflada e não conseguir ver o que busco e o que é melhor para mim naquele momento ou por ter idealizado de outro modo.

Por isso procuro ter uma mente aberta, para acolher novas vivências diferenciadas, para estabelecer novas metas, para trilhar novos caminhos, para conhecer novas pessoas, para seguir novos limites, para usufruir de novas experiencias, para descobrir novos horizontes tão distantes daqueles que tinha na minha vida.

Vou aprendendo a reinventar-me todas as horas, todos os dias, vou aceitando as mudanças na minha vida, nem sempre fáceis, no entanto vitais para prosseguir, sempre com muita determinação e vontade de continuar a lutar e seguindo um sentido para dar há minha vida!

Anabela Jerónimo Resende

quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Sou como sou!

Todos os dias vou sobrevivendo, muito à conta da minha enorme teimosia de querer manter-me viva, de sentir-me viva, mesmo quando tudo parece querer pôr-me à prova, vou resistindo através de uma autodeterminação que reside dentro de mim.

Sou consciente que por vezes é inevitável sucumbir por dentro para renascer de novo, para seguir outro rumo, não é uma situação fácil de enfrentar, de maneira nenhuma, no entanto faz-me descobrir a grande força de vontade de que sou portadora, de querer lutar, de desejar nunca desistir.

Aprendi a ultrapassar obstáculos após obstáculos, mostrar à vida que também sei ser forte, que também sei ser resistente, que apesar de tudo, encontro sempre motivos para sorrir.

Mesmo quando a vida mostra a grande força que tem e que não tem problemas em mudar as circunstâncias, apesar de tudo consigo levantar-me de novo e mostrar que ainda estou aqui e que ainda sou muito capaz de lutar.

Sei contudo que não tenho que sair sempre vencedora, muito menos todos os dias, tenho é que tentar sempre e todos os dias, lutar por o que pretendo, pelo que penso ser o melhor para mim, porém não sei baixar os braços e viver a vida a lamentar-me. 

Anabela Jerónimo Resende