Em
certas ocasiões o meu peito inunda-se de saudades, umas saudades que talvez
nunca seja capaz de suprir, tenho saudades de algo tão banal e que nunca pensei
perder, o escrever com a minha própria mão, como tantas vezes fiz, perto de
tudo o que perdi, sei que escrever nem é nada, mas sinto uma falta tão grande.
Eu que
sempre fui uma pessoa que adorava escrever, não tinha diário, porém usava uma
agenda que servia para marcar os meus compromissos ou escrever algo
importante.
Há
vários anos que comprava uma agenda, tive muitos modelos, de vários tamanhos,
de variadas cores, havia aquelas que adorava mais que outras, com as quais me
identificava, tinha um cuidado ao escolhê-las e outro cuidado ao manuseá-las,
que aparentavam serem algo de grande valor e para mim eram.
Guardo
todas como se fossem um tesouro, numa caixa com todo o cuidado, sinto-as como
se fizessem parte de mim, quando seguro nelas, hoje em dia, trazem-me memórias,
de momentos bons, outros nem tanto, pois anotava tudo o que se passava de
importante na minha vida durante aqueles anos.
Sinto
saudades de escrever no papel e com caneta, saudades da minha letra, que não
era perfeita, contudo era bem legível, saudades de escrever o meu nome, que
agora não passa de uns rabiscos desajeitados e meio ilegíveis.
Não
sabia que era possível ter saudades de escrever, de maneira a dar um safanão no
meu peito e deixar cair algumas lágrimas, no entanto não é motivo para não
prosseguir com a minha vida em frente, mas que custa, lá isso custa!
Anabela Jerónimo Resende
Anabela Jerónimo Resende
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