quarta-feira, 1 de novembro de 2017

Quando escrever passa a ser ilusão…

Em certas ocasiões o meu peito inunda-se de saudades, umas saudades que talvez nunca seja capaz de suprir, tenho saudades de algo tão banal e que nunca pensei perder, o escrever com a minha própria mão, como tantas vezes fiz, perto de tudo o que perdi, sei que escrever nem é nada, mas sinto uma falta tão grande.
 
Eu que sempre fui uma pessoa que adorava escrever, não tinha diário, porém usava uma agenda que servia para marcar os meus compromissos ou escrever algo importante. 

Há vários anos que comprava uma agenda, tive muitos modelos, de vários tamanhos, de variadas cores, havia aquelas que adorava mais que outras, com as quais me identificava, tinha um cuidado ao escolhê-las e outro cuidado ao manuseá-las, que aparentavam serem algo de grande valor e para mim eram.

Guardo todas como se fossem um tesouro, numa caixa com todo o cuidado, sinto-as como se fizessem parte de mim, quando seguro nelas, hoje em dia, trazem-me memórias, de momentos bons, outros nem tanto, pois anotava tudo o que se passava de importante na minha vida durante aqueles anos.

Sinto saudades de escrever no papel e com caneta, saudades da minha letra, que não era perfeita, contudo era bem legível, saudades de escrever o meu nome, que agora não passa de uns rabiscos desajeitados e meio ilegíveis.

Não sabia que era possível ter saudades de escrever, de maneira a dar um safanão no meu peito e deixar cair algumas lágrimas, no entanto não é motivo para não prosseguir com a minha vida em frente, mas que custa, lá isso custa!

Anabela Jerónimo Resende

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