terça-feira, 28 de novembro de 2017

Aceitação do inevitável!

Não foi fácil a aceitação da incapacidade que adquiri, ver-me de um momento para o outro dependente de tudo e de todos, foi como se dilacerassem-me ao meio e roubassem todos os meus sonhos, apesar de nunca me sentir revoltada, sentia-me demasiadas vezes fechada em mim própria, perdida numa vida que não queria, numa incapacidade que não pedi.

A aceitação, chegou com o tempo, seguidamente à amargura sentida, à tristeza de ser posta de parte, ao desapontamento constante e das muitas lágrimas roladas pela minha face, depois de fazerem parte da minha vida, a aceitação do que não podia mudar instalou-se em mim.

Era inevitável não aceitar tudo o que me aconteceu, não aceitar a mudança que a minha vida esteve sujeita, até para me reabilitar, como um processo para conseguir seguir em frente ou encontrar pequenas coisas que poderiam dar sentido há minha nova vida.

Pois se não conseguisse seguir em frente, não conseguisse ultrapassar os grandes obstáculos psicológicos, maiores do que os físicos, nunca iria sentir-me bem comigo própria, nem nunca iria ser feliz, precisei "arrumar a casa" por dentro, antes de conseguir ser reabilitada, para logo a seguir, a recuperação do corpo ser mais fácil.

Foi um passo de cada vez, tive que aceitar o que não podia mudar, o que foi muito melhor para mim, assim consegui concentrar-me mais na recuperação do meu corpo, da minha marcha, do meu equilíbrio e na recuperação do meu membro superior e mais num ou noutro pormenor que fará a diferença do lado direito do meu corpo.

Porém, aceitar não quer dizer conformada e isso nunca, nunca ficarei, até ao meu último suspiro, vou lutar sempre pela minha recuperação possível e que esteja ao meu alcance!

Anabela Jerónimo Resende

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