A
minha caminhada, após o AVC que sofri, tem sido árdua, tem sido feita num
caminho muito espinhoso, muito agreste, porém tenho beneficiado de uma
consciência corporal muito superior à que usufruía.
Mesmo
assim, por vezes coloco a mim mesma, questões que outrora não tinham lugar na
minha vida, nem imaginava existirem, e que agora têm um papel de destaque, tais
como:
· Irá algum dia, abandonar-me estas
alterações da sensibilidade, que agora sinto demasiado no meu lado direito com
hemiparesia?
· Será que conseguirei andar sozinha,
sem desequilíbrios, sem receio das ruas esburacadas e desniveladas?
· Terei a capacidade que é preciso, para
voltar a ser completamente independente?
São algumas das perguntas que faço frequentemente a mim mesma, procurando respostas para
que consiga acalmar o meu peito, demasiado inquieto em determinadas ocasiões,
sendo talvez as principais incertezas que pairam na minha mente.
Claro
que não vivo monopolizada por essas incertezas, nem deixo que intervirem na
minha recuperação, na minha fisioterapia diária, contudo confesso que pairam,
algumas vezes, dúvidas existenciais dentro de mim, mas quem não as tem?
Anabela Jerónimo Resende
Anabela Jerónimo Resende
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