segunda-feira, 17 de junho de 2019

A outra metade de um século


Chegar à outra metade de um século, àquela idade que apelido frequentemente da infância da velhice, àquela idade em que não quero saber do que pensam de mim, do que dizem de bem ou de mal, àquela idade em que a vida tem outra cor e outro sabor.

No entanto, não trouxe novos sentimentos, novas emoções, nem sequer me sinto de maneira diferente, pelo contrário, sinto-me eu mesma, igual ao que era e cheguei aos 51 anos com a mesma garra de viver, com a mesma força para superar obstáculos, com uma capacidade de celebrar todas as batalhas que travei e que venci, sem nunca desistir de querer viver o melhor possível.

Houve um tempo em que pensei que quando chegasse a completar meio século, iria ser mais livre que nunca, que iria aproveitar muito mais a vida, que iria estar mais disponível para viver o que até a essa data, ainda não tinha conseguido a oportunidade de ter experimentado.

Contudo, acabei por constatar que não iria ser como idealizei, que iria ser muito mais complexo do que poderia prever, que a vida iria ensinar-me uma dura lição e oferecer-me desafios sem fim à vista.

Mas, continuo a acreditar sempre que consigo escrever uma história de vida cheia de sucessos, durante tantos anos quantos forem possíveis e acredito que enquanto eu viver, viverei sempre agradecendo a oportunidade que me é oferecida de ir celebrando novos aniversários.

Anabela Jerónimo Resende

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