Nunca
procurei o que sinto, porém sinto na mesma, numa intensidade em que tudo fica
revolto dentro de mim, queria permanecer quieta, para tudo sossegar, não queria
ouvir a minha mente falar, coisas sem nexo, sem coerência.
Não
queria que fosse assim, nem sentir a nulidade de nada conseguir fazer ou sentir
a sensação de inutilidade, que o meu peito grita para dentro de mim, em franco
desespero.
Fecho os olhos e tudo aparenta estar
desordenado, sem ordem definida, procuro alinhar os pensamentos, que escapam
com uma velocidade vertiginosa, quero agarrá-los, colocá-los em ordem, mas qual
é a ordem?
Francamente
não sei, nem sequer faço a mais ténue ideia, a maioria das ocasiões, tal é a
baralhação que habita dentro da minha cabeça.
Sinto
que vivo em cativeiro permanente, com longos períodos de libertação, períodos
que aproveito para tentar encontrar-me e perceber que ainda estou aqui, algures
ancorada.
Talvez
haja algum propósito, algum sentido em tudo isto, que antes de conseguir
ordenar tamanha desordem existente dentro de mim, talvez necessite passar tempo
voltada para dentro de mim, para que consiga com mais serenidade e confiança, mergulhar
em direcção ao meu inabalável destino.
Anabela Jerónimo Resende
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