Aceitar o que nos acontece, aceitar o que o
destino ou a fatalidade que a vida nos reserva, nem sempre é fácil de aceitar e
muito menos aceitar de ânimo-leve.
Depois de passar aquela apatia que senti nos
primeiros dias, logo após sofrer o AVC, comecei a aceitar o que me tinha
acontecido, pois era algo que sentia dentro de mim que devia ser assim.
Acabei por não sentir a revolta, nem de
início, nem nos dias de hoje, como acontece muito, o que é natural devido aos
acontecimentos inesperados de uma vida transformada.
Mas o que nunca fiquei foi conformada, ainda
hoje em dia não estou conformada com a minha vida toda modificada, por algo que
não queria nem pedi.
O aceitar, não quer dizer que ficasse parada
no tempo, não quer dizer que não tentasse mudar a situação ou que ficasse o
resto da vida a lamentar.
O aceitar é inevitável, aconteceu e quanto a
isso não posso fazer nada, mas posso tentar sempre fazer algo para reverter a
situação.
É aí que entra a minha força, a minha
determinação, a minha grande vontade de querer e de vencer, que vêm nem sei de
onde, mas que estão cá dentro de mim.
Então luto, batalho pelo que quero, pelo que
sinto ser certo, porque ouço uma voz que está sempre comigo, que diz ao meu
ouvido baixinho:
”Não pares, não desistas, não renuncies ao
que desejas, continua sempre em frente…”
Não consigo compreender de onde vem essa voz
que existe dentro de mim, mas ainda bem que existe, talvez seja o que eu
precise para nunca desistir de mim.
Anabela Jerónimo Resende
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