A compreensão veio aos poucos, aprendi a desapegar-me do que só me fazia mal, a libertar-me, porque às vezes a vida separa-me do que penso que será para sempre, é apenas ilusão, fantasiada de desejos pessoais, quase nada é continuamente meu.
Possuía o desejo de manter alguma consistência na minha vida, ao procurar conservar a aparente normalidade do que era, ao não ter o desfecho que pensava ser o que devia, ou que pensava merecer, depois do muito sofrimento que o meu corpo sofreu, ao inicio senti a mágoa, sentia o ressentimento que tomava conta de mim, depois vinha a revolta, a intolerância sentida por causa da intransigência assestada contra mim.
Com a passagem do tempo, de muitas horas a matutar no futuro, comecei a pensar mais claramente sobre muitos assuntos, alguns foram perdendo a importância que tiveram antigamente na minha vida, pedaços de mim iniciaram a transformação, o que possuíra interesse outrora, agora era como algo nefasto que precisava de ausentar-se.
O facto de desligar-me de alguns aspectos da realidade, que neste momento já não faziam sentido, só trouxe benefícios, tanto psicologicamente como fisicamente e ao fechar um ciclo, abri outro, sinto-me mais leve e com muita esperança, o futuro pronunciará se foi preferível ou não!
Anabela Jerónimo Resende
Adorei seu texto. Um grande abraço.
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