Foram essas, muito poucas pessoas, que suportaram os meus momentos emocionais mais frágeis, de muitas lágrimas, muitas vezes de uma fúria incontida, trazendo o mau humor que tomava conta de mim, mesmo que eu não tivesse essa intenção, da desorganização que esvoaçava dentro de meu peito, quando estava sem o controlo de mim mesma.
Com o tempo, comecei a enxergar
o que não queria ver, apesar de estar ao alcance dos meus olhos, compreender
aquilo que não conseguia ter entendimento, quando comecei a disser o que ia na
minha alma, disseram o que não merecia ouvir, muitas foram as lágrimas que
deixei derramar no meu rosto, depois de muita mágoa instalada no meu peito, aos
poucos consegui ir combatendo o sofrimento que sentia.
Foi um processo lento, bastante
vagaroso, de um auto conhecimento interior, mas assimilei e recomecei por não
ter espaço para algumas pessoas, que povoaram o meu passado, a restringir o meu
mundo, a aprender a viver satisfeita assim, esbarrando no contentamento das
pequenas coisas.
São essas mesmas, muito poucas
pessoas que sempre estão comigo, nos bons ou maus momentos, que continuam a
fazer parte deste meu mundo, onde sou amiga de todos, mas muito mais
consciente, que nem todos são amigos de verdade!
Anabela Jerónimo Resende
Anabela Jerónimo Resende
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