O ginásio de fisioterapia estava tão
frio quando cheguei, parecia que não estava ninguém lá, que estava abandonado,
tanto era o frio que sentia impregnado nas paredes da clinica, no entanto sentia-se a vida
a pulsar lá dentro, discreta, mas de uma vida intensa em prol de outrem, de um
calor humano imprescindível num local como aquele.
São tantas as ocasiões em que sinto-me assim
ou serão vezes demais, grita o meu lado físico, de estar presa a uma câmara refrigeradora,
que coabita comigo neste meu corpo, que não consegue regular a temperatura temporariamente
ou serei eu que quero acreditar nisso, ao não dar total consideração ao outro lado
pertinente e de relevo na minha vida, que vive oculto dentro de mim.
Sem querer dar a importância que o contratempo
tem na realidade, faço uma sessão muito lucrativa para a minha reabilitação ao
nível corporal, e tento esquecer segmentos internos que fogem ao meu controlo, ao
evidenciar a minha atenção no problema, que considero maior, que é a minha
condição física.
Anabela Jerónimo Resende
Sem comentários:
Enviar um comentário