quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Discrepâncias

O ginásio de fisioterapia estava tão frio quando cheguei, parecia que não estava ninguém lá, que estava abandonado, tanto era o frio que sentia impregnado nas paredes da clinica, no entanto sentia-se a vida a pulsar lá dentro, discreta, mas de uma vida intensa em prol de outrem, de um calor humano imprescindível num local como aquele.

São tantas as ocasiões em que sinto-me assim ou serão vezes demais, grita o meu lado físico, de estar presa a uma câmara refrigeradora, que coabita comigo neste meu corpo, que não consegue regular a temperatura temporariamente ou serei eu que quero acreditar nisso, ao não dar total consideração ao outro lado pertinente e de relevo na minha vida, que vive oculto dentro de mim.

Sem querer dar a importância que o contratempo tem na realidade, faço uma sessão muito lucrativa para a minha reabilitação ao nível corporal, e tento esquecer segmentos internos que fogem ao meu controlo, ao evidenciar a minha atenção no problema, que considero maior, que é a minha condição física.

Anabela Jerónimo Resende

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