Senti-me presa, mesmo sem ter amarras, como se fossem invisíveis aos olhos, como se tivesse uma aparente liberdade, mas presa dentro de mim, como se fosse livre e não pudesse sair do mesmo sítio, senti-me como um pássaro numa gaiola, proibida de poder voar, queria tanto ter a sensação de estar livre e não depender de ninguém.
Ainda sinto vontade de sair a correr, mas de uma maneira diferente, com uma vontade de caminhar ligeira e solta, sinto-me mais livre, a restaurar as minhas asas partidas, que lentamente recuperam as forças, mas mesmo assim sinto falta das minhas caminhadas de antigamente.
Neste momento é do que sinto mais privação, do que tenho mais saudades, do que desejo mais recuperar, e como desejo voltar a caminhar como antigamente, nada mais interessa no emaranhado de factos que um dia perdi e que muitas saudades outrora possuí.
Anabela Jerónimo Resende
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