Quando sofri o AVC, aprisionei
toda a réstia de esperança que possuía, reuni todas as forças que foram
possíveis de conseguir, foram dias difíceis, de muita luta, vencer as primeiras
batalhas com que fui confrontada, foram as mais complicadas da minha vida,
tinha consciência que era uma luta que só estava a começar.
Em várias ocasiões, senti a
sensação de carregar a metade de um corpo adormecido, outrora cheio de vida,
senti uma alma que tinha sido violentada, tamanho tinha sido o choque que
padeceu.
Sentia que o meu cérebro e o meu
corpo falavam línguas diferentes, o meu lado direito encontrava-se em contínua
aprendizagem, tinha que assimilar tudo de novo, polir grandes arestas, eram
lapidações que não se extinguiam.
Constantemente, fiz o que era necessário
para recuperar o mais possível, que tantas vezes pareceu ser quase impossível
reverter esta situação, com o tempo comecei a avistar tudo mais claro na minha
cabeça, o que acreditava ser possível, começava a ser uma realidade mais
presente.
Ao invés de desperdiçar energia,
tratei de utilizá-la, em prol de mim mesma, as coisas sempre iriam melhorar de
um jeito ou doutro, alguns dias são mais difíceis que outros, é uma realidade,
mas a certeza que tudo é possível, está cada vez mais presente no meu peito!
Anabela Jerónimo Resende
Sem comentários:
Enviar um comentário