quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Vencer batalhas

Quando sofri o AVC, aprisionei toda a réstia de esperança que possuía, reuni todas as forças que foram possíveis de conseguir, foram dias difíceis, de muita luta, vencer as primeiras batalhas com que fui confrontada, foram as mais complicadas da minha vida, tinha consciência que era uma luta que só estava a começar.

Em várias ocasiões, senti a sensação de carregar a metade de um corpo adormecido, outrora cheio de vida, senti uma alma que tinha sido violentada, tamanho tinha sido o choque que padeceu.

Sentia que o meu cérebro e o meu corpo falavam línguas diferentes, o meu lado direito encontrava-se em contínua aprendizagem, tinha que assimilar tudo de novo, polir grandes arestas, eram lapidações que não se extinguiam.


Constantemente, fiz o que era necessário para recuperar o mais possível, que tantas vezes pareceu ser quase impossível reverter esta situação, com o tempo comecei a avistar tudo mais claro na minha cabeça, o que  acreditava ser possível, começava a ser uma realidade mais presente.

Ao invés de desperdiçar energia, tratei de utilizá-la, em prol de mim mesma, as coisas sempre iriam melhorar de um jeito ou doutro, alguns dias são mais difíceis que outros, é uma realidade, mas a certeza que tudo é possível, está cada vez mais presente no meu peito!


Anabela Jerónimo Resende

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